VATICANO DESBLOQUEIA O PROCESSO DE CANONIZAÇÃO DO PRECURSOR DO ECUMENISMO, RAIMUNDO LÚLIO Imprimir
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Jueves 16 de Junio de 2011 12:52
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Ramon Llull en la Historia del Ecumenismo

Em 1750 o papa Bento XIV, pressionado pela influência que ainda tinham as teses antilulistas do Inquisidor Eimeric, decidiu interromper o processo de canonização de Raimundo Lúlio. Em 1911 os bispos e teólogos catalães compreenderam que era necessário reabilitar o processo e canonização do beato catalão, coisa que acaba de realizar-se cem anos depois. A Congregação para a Causa dos Santos acaba de aceitar o trabalho escrito por Josep Perarnau e do teólogo maiorquino Jordi Gayà dissipando as últimas dúvidas documentais sobre a ortodoxia do Lúlio. O primeiro passo, segundo explica o postulador da Causa de Canonização, Gabriel Ramis, será pedir a abertura da confirmação do culto. Provavelmente, diz o postulador, não será necessário creditar-lhe qualquer milagre uma vez que seus escritos teológicos são suficientes como prova de sua virtude.

Sebastià Garcia Palou, no seu famoso livro Ramon Llull en la historia del ecumenismo compara o pensamento ecumênico dos papas e do Conselho Mundial de Igrejas ao de Llull, tornando-o um precursor de vários séculos na proposta ecumênica. Para Palou, Lúlio deu especial destaque ao entendimento com muçulmanos e ortodoxos gregos, antecipando idéias e pensamentos do papa Bento XVI. Segundo Palou o ecumenismo luliano é sóbrio, e sem defender a união orgânica das Igrejas, tratou de buscar consensos em torno de pontos comuns, e a partir deles construiu caminhos de diálogo. Foi, pois, um precursor dos hoje chamados Diálogos Bilaterais.

Lúlio sonhava em encerrar o cisma do oriente (1054) e reunificar a Cristandade medieval. Pesquisas posteriores podem nos mostrar como ele entendia os conceitos chave de tolerância, unidade, pastoral e eclesiologia, fundamentais para iniciar colóquios de unidade entre auto-compreensões de Igreja conflitantes, sempre respeitando a liberdade das conciências. Na realidade ele não queria converter os infiéis, mas que se convertessem usando bem a sua liberdade.
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